Hoje as redes sociais estão lotadas de
congratulações aos policiais do Paraná em razão das notícias que, após cerco de
18 horas, mataram um suspeito menor que teria cometido homicídio contra outros dois
policiais militares. O que chama a atenção nesta notícia, todavia, não é o
aparente sucesso da ação policial, mas justamente as congratulações pelos
policiais terem conseguido cercar o suspeito e mata-lo.
As congratulações aos policias são as mais
diversas e enaltece algumas máximas, como policial morto é sempre vingado, que
a corporação obteve sucesso em enviar uma pessoa para o inferno e locais afins
etc. Também são muitos os policiais que estão se ufanando desta operação e se
dizem orgulhosos de fazer parte da PM e que este foi um trabalho exemplar.
Ocorre que na verdade a operação foi um
desastre e é um exemplo da incapacidade e incompetência de nossa polícia
militar. Primeiro: O falecido era tão somente um suspeito, já que suas ações
sequer foram julgadas pelo Judiciário; Segundo: A função da polícia militar é
de prender, não de matar e, mesmo após cerco de 18 horas, grande efetivo e todo
o aparato tático e de inteligência a PM não obteve êxito na prisão do suspeito;
Terceiro: É um absurdo valorar a vida de um policial como sendo um ser humano
superior ou inferior aos demais e que isto possa motivar uma operação
diferenciada da corporação, em razão do coleguismo; Resumidamente: Vingança não
é justiça.
Pois o que se enaltece nas redes sociais é a
vingança praticada por representantes do Estado. Esta divisão da sociedade
entre militares e não militares, merecendo os últimos, cidadãos, menos empenho em
sua segurança é alarmante. Uma polícia que não trabalha para cumprir seu dever,
no presente caso prender o suspeito, mas sim perseguir seus próprios objetivos,
vingar seus colegas, labora em desfavor da justiça e é um risco para o Estado
Democrático de Direito.
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