quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Polícia Militar se ufana por vingança hollywoodiana no Paraná

Hoje as redes sociais estão lotadas de congratulações aos policiais do Paraná em razão das notícias que, após cerco de 18 horas, mataram um suspeito menor que teria cometido homicídio contra outros dois policiais militares. O que chama a atenção nesta notícia, todavia, não é o aparente sucesso da ação policial, mas justamente as congratulações pelos policiais terem conseguido cercar o suspeito e mata-lo.

As congratulações aos policias são as mais diversas e enaltece algumas máximas, como policial morto é sempre vingado, que a corporação obteve sucesso em enviar uma pessoa para o inferno e locais afins etc. Também são muitos os policiais que estão se ufanando desta operação e se dizem orgulhosos de fazer parte da PM e que este foi um trabalho exemplar.

Ocorre que na verdade a operação foi um desastre e é um exemplo da incapacidade e incompetência de nossa polícia militar. Primeiro: O falecido era tão somente um suspeito, já que suas ações sequer foram julgadas pelo Judiciário; Segundo: A função da polícia militar é de prender, não de matar e, mesmo após cerco de 18 horas, grande efetivo e todo o aparato tático e de inteligência a PM não obteve êxito na prisão do suspeito; Terceiro: É um absurdo valorar a vida de um policial como sendo um ser humano superior ou inferior aos demais e que isto possa motivar uma operação diferenciada da corporação, em razão do coleguismo; Resumidamente: Vingança não é justiça.

Pois o que se enaltece nas redes sociais é a vingança praticada por representantes do Estado. Esta divisão da sociedade entre militares e não militares, merecendo os últimos, cidadãos, menos empenho em sua segurança é alarmante. Uma polícia que não trabalha para cumprir seu dever, no presente caso prender o suspeito, mas sim perseguir seus próprios objetivos, vingar seus colegas, labora em desfavor da justiça e é um risco para o Estado Democrático de Direito.

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